domingo, 14 de março de 2010
A Permeabilidade do Ser?
O que fazer durante uma ação? Esta está sendo ultimamente a pergunta que norteia os ensaios do espetáculo. Pergunta mais ou menos lançada pela nossa preparadora corporal Cintia Kunifas, e que reverberou como pedra em águas calmas. Durante uma longa sequência de movimentos criados através da relação com espaço ( tendo a técnica de view points como suporte), a relação entre o foco que está sendo pesquisado durante a ação e a ação realizada, é por enquanto objeto de reflexões do trabalho. Quais as sensações, ou até sentimentos contidos na sequência? Alguns sentidos se aguçam por primeiro, a sensação térmica por exemplo: o frio da parede em contato com o braço, o metal aspero do corrimão da escada, ou o atrito quente das costas em contato com o linóleo, tudo isso chama minha atenção pro corpo, me tornando atento para as sensações físicas. Outro aspecto que surge a meu favor, é as parcerias que estabeleço com cada objeto (parede, chão, teto, vasos de flores...), quais partes do meu corpo enconstam, como se dá o afastamento, e as aproximações? Que sensação isso traz? Tudo isto é uma tentativa de me manter vivo e presente dentro de uma estrutura realizada, pois por ter realizado algumas vezes, caio no risco de ter apenas uma estrutura, uma coreografia impermeável, com começo e final já decidido e estabelecido. Esta sem dúvida é uma pesquisa da Cia, a qual faço parte há seis anos, mas tudo parece as vezes tão subjetivo (mesmo eu tendo certeza que não é), que as vezes até me pergunto: Será que alguma vez na vida eu já fiz as coisas em cena dessa forma tão "Permeável"? Talvez eu nunca encontre essa resposta,... Mas concerteza estou sempre em busca dela...
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